Ensino para a profissão com ausência de vida

ROBERTO BARBOSA

Desde que me entendo por gente e acredito que sempre foi assim, as famílias educam seus filhos de forma que, inicialmente, aprendam a ler e escrever; que estudem para se formarem, terem bons empregos, bons salários e para serem profissionais respeitados. Teoricamente não há nada contra isso, mas, há de se lembrar que as pessoas devem ser formadas, também, para a vida, isto é, para serem gente de bem, solidárias, que acreditem na igualdade de direitos e de justiça, que recusem tudo o que é mal, tudo o que faz mal para a humanidade, pensando em todos e não apenas em si mesmo. Uma formação para a vida.
A escola religiosa, em tempos áureos, trabalhava assim com o educando, formando-o para a vida em toda a sua plenitude, isto é, como profissional e como ser pensante, com capacidade de intelecto para olhar para o próximo como um irmão, como alguém semelhante a Deus que também necessita de atenção, de respeito, de justiça e de oportunidades.
Dom Vicente Joaquim Zico, semana passada, proferiu palestra para um grupo de católicos no auditório da Livraria Paulinas acerca do Dia Mundial das Comunicações e a mensagem do Sumo Pontífice para esse dia, enaltecendo especialmente os jovens, que souberam dominar tudo o que de moderno para aprofundar seus conhecimentos e aumentar o leque de amizades, comunicando-se com internautas de várias partes do Brasil e do mundo. Dizia o arcebispo emérito de Belém, que a revolução nas comunicações é algo de fantástico, de importante para o desenvolvimento humano, porém, lamenta se toda essa tecnologia não é do alcance de todos, abrindo um enorme abismo entre as pessoas, pois, aqueles que estão excluídos desses meios, acabam ficando para trás, sem chances de crescimento. Nesse aspecto, lembra Dom Vicente, torna-se danoso para a humanidade que tantas evoluções não possam ser compartilhadas por todo mundo.
E aí fico me lembrando que a exclusão existe, também, porque no mundo moderno de hoje, não se educa mais para a vida, só se educa com o pensamento de mercado, da competitividade, onde vence o mais forte, suplantando sem dó e sem piedade os mais fracos, no que chamam de “a lei da sobrevivência”. Será mesmo isso, a lei da sobrevivência? Esmagar o mais fraco para alcançar o posto mais alto, alcançar a riqueza?
Há muitas mensagens pela internet onde são mostrados os animais como seres criados por Deus que tem mais senso de irmandade entre si que o homem, tido como ser racional. Parece, em alguns pontos, que o homem quer se matar e o faz na busca do conhecimento.
Deus não tira o direito de conhecer de ninguém, daí porque, temos o livre arbítrio, porém, esse conhecimento deve ser partilhado a fim de que todos tenham as mesmas oportunidades. Quando isso acontecer, num mundo mais elegante, aí então, o reino de Deus estará plenamente concluído e acabará a violência com assaltos, assassinatos, espancamentos em família, afinal, todos estarão felizes, todos estarão bem, todos terão de tudo para não desejar o que não é seu. O mundo precisa ser globalizado também no aspecto da vida, do contrário, continuaremos caminhando para a derrocada final, o fim dos tempos, onde, talvez, ninguém escape além dos justos, aqueles que tem em Deus o único refúgio, a única esperança.

SALADA
° Mais uma vez a população paraense passa por agruras com relação às fortes chuvas que estão caindo no Estado, assim como, com greves de motoristas de ônibus, de professores e de várias outras classes profissionais.
° Ananindeua e Marituba estão há dois dias sem ônibus e os rodoviários ainda não chegaram a um acordo com os seus patrões.
° Na verdade, tudo sinaliza para um aumento de passagem de ônibus. Como sempre, será o povo quem irá sofrer.
° Dom Orani João Tempesta chega a Belém no dia 4 de junho para ordenar um novo sacerdote para a Arquidiocese de Belém.
° Domingo passado, quando de passagem pela capital paraense, ocasião em que celebrou missa na capela de Nossa Senhora de Nazaré, no Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, uma senhora disse que queria se despedir do ex-arcebispo. Ele falou brincando com ela que não tinha despedida coisa nenhuma, porque ainda virá muitas vezes a nossa cidade.
° Em outra ocasião, perguntado se já havia comparado o gosto do açaí vendido no Rio de Janeiro com o comercializado em Belém, Dom Orani disse bem humorado que ainda não parou um instante na capital carioca.
° Deve chegar a Belém em vôo comercial à meia-noite, o ex-deputado estadual Luiz Seffer, acusado pela CPI da Pedofilia de ter seviciado uma menina menor de 9 anos. Pela encrenca, ele renunciou ao mandato para não perder seus direitos.
° A assessoria de Seffer disse que, no Rio, o ex-deputado estava se submetendo a exames de rotina.
° Uma pessoa sem condições, quando muito, faz seus exames de rotina depois de enfrentar frias madrugadas em filas do INSS pelos postos em Belém.
° Este blog não estava sendo atualizado ultimamente por problemas meramente técnicos que ainda não foram sanados totalmente.

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