Jornalismo simples, correto e elegante
A arte de fazer jornalismo na atualidade exige do profissional conhecimento amplo sobre os mais variados temas, visão crítica, senso investigativo para saber separar o joio do trigo e alta sensibilidade para colocar as palavras certas nos locais certos, dando o tom real da coisa sem buscar especificamente a emoção do destinatário, seja leitor, telespectador, radiouvinte ou internauta. Escrever com sensibilidade, eis a arte.
Esta sensibilidade implica em redigir com clareza, simplicidade e elegância indo direto ao assunto. É por isso que, no lead, se deve responder as cinco perguntas básicas do que, quem, como, onde e porque.
Isso era uma técnica antiga, que hoje se usa, porém, com a diferença de que se vai direto aos fatos, desenvolvendo o texto, a notícia, sempre com enriquecimento de informações, de forma a prender o destinatário do princípio ao fim.
Trata-se de uma literatura informativa que foge dos padrões da arte convencional, rebuscada de adornos e mistérios que formam um emaranhado de informações, de detalhes, de charadas que irão convergir para um determinado final. No jornalismo, início, meio e fim acontecem com a informação base e precisa.
Como disse, desde o princípio, há a necessidade de se buscar imediatamente a sensibilidade para desenvolver os temas.
Lembro que, antigamente. na época do saudoso "Jornal do Brasil", onde havia aqueles espaços que necessitavam de um "tapa-buraco", os editores usavam frases como "Jornal é cultura". Ora, se é cultura, haver-se-ia de entender que, em se utilizando palavras castas, o leitor sentir-se-ia encorajado a buscar o significado dessas palavras no dicionário. Ledo engano!
Este tipo de palavra, muitas vezes em desuso, acaba afugentando o leitor, ou destinatário, do assunto, posto que, no mundo virtual da internet, o Google passou a ser a melhor, mais rápida e fácil biblioteca. Mesmo assim, ninguém quer se ater a pesquisas, sobretudo os jovens, que no facebook utilizam códigos para se comunicar, os mais diversos, como abçs (abraços), fds (fim de semana), td (tudo), vc (você), além da infinidade de palavras em inglês nem sempre corretamente escritas.
Deste modo, convenciona-se, no jornalismo moderno, que quanto mais fáceis forem as palavras usadas, as colocações, mais dinâmica se torna a informação, o conteúdo editorial será elogiado e, assim, a arte do jornalismo terá cumprido sua função no tempo e no espaço.
Todavia, embora se busquem palavras mais populares e fáceis de estabelecer a comunicação, deixando o destinatário conectado à informação, não se deve perder a sensibilidade para informar a verdade com todas as letras, de forma simples, porém, elegante. Eis a arte do bom jornalismo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Povo esquecido e abandonado no Tapanã

A hora e a vez da pesca artesanal se materializa com o festival em Igarapé-Miri

Comportamento de vereador, candidato a prefeito, chama atenção da população do Tauá