Sem acordo, trabalhadores de saúde
deflagram greve
por tempo indeterminado a partir de 3ª Feira

Ele informa que os trabalhadores de saúde em todo o Estado
do Pará estão sem receber aumento de salários há exatos 15 meses. As
negociações de agora, que não surtiram efeito positivo, são relativas à
data-base de 1º de setembro.
- Mas não é só a questão dos salários, não. Os trabalhadores estão sem
folga semanal remunerada, sem local para descanso no trabalho noturno, sem água
potável, sem banheiros decentes, sem jantar e sem insalubridade. Infelizmente
chegamos a um ponto em que não temos mais como segurar a categoria que agora
quer partir para a greve e a nossa missão é apoiar o movimento, - disse o
companheiro Zé Francisco, informando, ainda, que a assessoria jurídica do
SINTHOSP já está dando entrada com toda a documentação necessária para a
deflagração da greve junto à Superintendência Regional do Trabalho, Ministério
do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Corregedoria do
Trabalho, sindicatos ligados à categoria, inclusive o patronal, assim como para
a imprensa de um modo geral.
Diz ainda Zé Francisco que os trabalhadores já praticamente
cruzaram os braços em Altamira, devem parar em Breves e não irá ser diferente
em Belém, sobretudo no Hospital Metropolitano, onde ocorre a maioria dos abusos
contra os trabalhadores.
OS FATOS
A última audiência de conciliação aconteceu ontem, às 14
horas, no gabinete da vice-presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª
Região, presidida pela desembargadora Suzy Koury. A proposta da categoria
patronal, representada pelo médico Breno Monteiro, era de aumento de 8,5% para
quem recebe até R$ 800,00 de salário. Quem recebe acima desse valor ganharia a
reposição da inflação, calculada em 5,39%. Os trabalhadores, representados pelo
SINTHOSP, propuseram aumento da ordem de 10% sem escalonamento, o que também não
foi aceito.
Deste modo, a Doutora Suzy Koury propões aumento geral da
categoria calculado em 8,39%, o que também não foi aceito por Breno Monteiro.
Desta forma, a desembargadora pediu para que o SINTHOSP e o SINDESSPA continue
nas negociações, porém, Zé Francisco acredita que não há mais outra saída que
não a greve, daí já ter pedido ao assessor jurídico do sindicato, Doutor Mauro
Rios, que comece o processo de paralisação, que diz respeito ao encaminhamento
da documentação para os órgãos ligados à questão, a fim de que a greve não
venha a ser considerada como abusiva depois de iniciada.
Já na manhã de ontem, SINTHOSP, UGT PARÁ, FETRACOM-PA/AP e
sindicatos filiados se uniam à luta dos trabalhadores de saúde e começavam as
mobilizações nos principais hospitais e casas de saúde da capital, mas Zé
Francisco avisa que a paralisação será em todo o Estado do Pará.
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