Sem acordo, trabalhadores de saúde deflagram greve
por tempo indeterminado a partir de 3ª Feira

Depois de uma série de rodadas de negociações entre os trabalhadores de saúde do Estado filiados ao SINTHOSP e os donos de hospitais, casas de saúde, clínicas e laboratórios, representados pelo SINDESSPA, sem que houvesse qualquer acordo favorável para a categoria que pedia inicialmente 20%, depois, baixou para 10%, os trabalhadores estão sendo mobilizados para paralisação geral que poderá começar na próxima terça-feira. A informação foi prestada pelo presidente do SINTHOSP, da UGT Pará e Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviço dos Estados do Pará e Amapá – FETRACOM-PA/AP, companheiro Zé Francisco.
Ele informa que os trabalhadores de saúde em todo o Estado do Pará estão sem receber aumento de salários há exatos 15 meses. As negociações de agora, que não surtiram efeito positivo, são relativas à data-base de 1º de setembro.
- Mas não é só a questão dos salários, não. Os trabalhadores estão sem folga semanal remunerada, sem local para descanso no trabalho noturno, sem água potável, sem banheiros decentes, sem jantar e sem insalubridade. Infelizmente chegamos a um ponto em que não temos mais como segurar a categoria que agora quer partir para a greve e a nossa missão é apoiar o movimento, - disse o companheiro Zé Francisco, informando, ainda, que a assessoria jurídica do SINTHOSP já está dando entrada com toda a documentação necessária para a deflagração da greve junto à Superintendência Regional do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Corregedoria do Trabalho, sindicatos ligados à categoria, inclusive o patronal, assim como para a imprensa de um modo geral.
Diz ainda Zé Francisco que os trabalhadores já praticamente cruzaram os braços em Altamira, devem parar em Breves e não irá ser diferente em Belém, sobretudo no Hospital Metropolitano, onde ocorre a maioria dos abusos contra os trabalhadores.

OS FATOS

A última audiência de conciliação aconteceu ontem, às 14 horas, no gabinete da vice-presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, presidida pela desembargadora Suzy Koury. A proposta da categoria patronal, representada pelo médico Breno Monteiro, era de aumento de 8,5% para quem recebe até R$ 800,00 de salário. Quem recebe acima desse valor ganharia a reposição da inflação, calculada em 5,39%. Os trabalhadores, representados pelo SINTHOSP, propuseram aumento da ordem de 10% sem escalonamento, o que também não foi aceito.
Deste modo, a Doutora Suzy Koury propões aumento geral da categoria calculado em 8,39%, o que também não foi aceito por Breno Monteiro. Desta forma, a desembargadora pediu para que o SINTHOSP e o SINDESSPA continue nas negociações, porém, Zé Francisco acredita que não há mais outra saída que não a greve, daí já ter pedido ao assessor jurídico do sindicato, Doutor Mauro Rios, que comece o processo de paralisação, que diz respeito ao encaminhamento da documentação para os órgãos ligados à questão, a fim de que a greve não venha a ser considerada como abusiva depois de iniciada.
Já na manhã de ontem, SINTHOSP, UGT PARÁ, FETRACOM-PA/AP e sindicatos filiados se uniam à luta dos trabalhadores de saúde e começavam as mobilizações nos principais hospitais e casas de saúde da capital, mas Zé Francisco avisa que a paralisação será em todo o Estado do Pará.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Povo esquecido e abandonado no Tapanã

A hora e a vez da pesca artesanal se materializa com o festival em Igarapé-Miri

Comportamento de vereador, candidato a prefeito, chama atenção da população do Tauá