Lugar de bandido é na cadeia

ROBERTO BARBOSA

Certa vez, quando eu era editor de Polícia do jornal Diário do Pará, fui convidado para proferir uma palestra para alunos da Escola Superior de Guerra acerca do meu pensamento, enquanto homem de imprensa, sobre os direitos dos criminosos. Os acadêmicos queriam saber, na realidade, o que eu pensava sobre a preservação da imagem de bandidos, que só podem ser filmados ou fotografados se consentirem essas tomadas de imagens, pois que a lei os ampara.
Disse eu com todas as letras, e sem pestanejar, que sempre achei essa lei um absurdo, como o são a maioria das leis neste país, quase todas esdrúxulas. Por que? Porque, se eu preservo o direito de imagem do bandido, tiro o direito de o cidadão reconhecer quem é o indivíduo e dele proteger-se nas ruas.
Também nunca gostei dessa história de indulto de Natal, de Páscoa, da Mães e Pais. Isso dá vazão para que marginais perigosos fujam. E é o que acontece com frequência.
Até a manhã desta terça-feira, mais de 300 presos indultados ainda não haviam retornado para as casas penais da Zona Metropolitana de Belém, o que corrobora com o meu pensamento. Se o criminoso está preso, se está condenado, por que se dar privilégios a ele, quando, na verdade, ele está ali pagando por seus crimes contra a sociedade?
Os presos tem muitos direitos e quase nenhum dever. Ao passo que o cidadão que trabalha e que paga a alimentação desses facínoras, tem muitos deveres e quase nenhum direito, daí estarem o tempo todo sobressaltados, com suas vidas nas mãos de Deus, porque, para bandido, a vida não vale lá essas coisas, a não ser a dele próprio. Por isso, essa onda de violência toda.

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