Justiça cala diante das evidências

Disse na postagem de anteontem, que repeti no facebook, onde poucos tiveram a coragem de curtir ou comentar, que a Justiça é para poucos, aqueles que tem dinheiro, e muito dinheiro. A justiça cala diante das evidências e só toma partido daquele que parece ser o mais forte, premiando-o com a impunidade.
Nestas eleições, como nas demais que já se viu neste país, houve um tsunami de denúncias. Ouve-se os comentários de que foram abertos procedimentos, de que os fatos são apurados, mas, providências concretas, onde estão?
Uma das coligações que estão no pleito, no Pará, pediu a retirada do sinal do ar de um grupo de comunicação de mídia eletrônica por pelo menos 24 horas, em razão dos abusos cometidos na campanha eleitoral, mas a autoridade do alto escalão do Tribunal de Justiça do Estado do Pará acovardou-se e disse não ver razão para mandar suspender o sinal do rádio e da tv. No entanto, em eleições passadas, emissoras de menor porte ficaram fora do ar por cerca de 24 horas, tendo tido as empresas prejuízos irreparáveis. Como se vê, o judiciário tem compactuado com as bandalheiras praticadas por políticos que se locupletam há dezenas de anos no poder em razão da impunidade e da burrice de quem os elege.
Neste momento decisivo para os destinos do Pará, o que está em jogo não é a intriga política, os milhões de reais que estão correndo, mas o domínio do poder, por meio do qual, quem o conquista, pode fazer e acontecer ao bel prazer, pois se sente acima do bem e do mal.
Quando o excremento da corrupção sai de sob os carpetes, lógico, o pau quebra na costa dos fantoches, deixando os chefões intocáveis. É contra esses que a justiça clava forte. Por isso, vivemos sob o regime da ditadura do poder, este que está bem acima do que seriam os três poderes constitucionais.

Comentários

RP disse…
Meu caro jornalista, compreendo bem sua revolta diante da atuação venal de alguns juízes, o que acaba rotulando todo o Poder Judiciário de tendencioso, pois, "um pouco de fermento leveda toda a massa" (Paulo). A tarefa judicante sempre foi vista com reservas. JESUS disse uma parábola do juiz iníquo que nem a DEUS temia, nem respeitava homem algum (Lucas 18:1-8). O levita Asafe (Salmo 82), repreende os juízes por causa da sua injustiça. E ele assim questiona: "Até quando julgareis injustamente e respeitareis a aparência da pessoa dos ímpios"? E essa aparência que falava o salmista se estende até os nossos dias, a aparência econômica e política, pois, os endinheirados e os que gozam de prestígio político dentro dos 3 Poderes, como você cita em seus textos, são imunes às condenações, façam o que façam.
RP disse…
O sistema judiciário brasileiro não possui isenção e autonomia plena quando os tribunais tem seus membros nomeados pelo chefe do Executivo. Atualmente apenas três integrantes do STF não foram nomeados por Lula e Dilma - o decano Celso de Mello , Marco Aurélio, tio de Collor nomeado por este e Gilmar nomeado por FHC. Recentemente foi divulgado sem grande destaque pela mídia o lobby feito pelos ministros Marco Aurélio e Fux em favor de suas filhas advogadas para vagas no STJ e um dos TRF, referente ao quinto constitucional da OAB. É assim que funciona, lamentavelmente.

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