Justiça só para os endinheirados

Ao narrar, abaixo, a história do desembargador que morreu podre de rico sem justificar a riqueza em posse, me lembrei de um outro advogado que, conversando comigo, me falou sem qualquer escrúpulo, que a justiça é para todos, mas esse "todos" diz respeito aqueles que têm recursos financeiros, que podem pagar bons advogados, que podem pagar recursos e provocar as chamadas procrastinações que existem nos anais do judiciário brasileiro, ao bel prazer do freguês.
Essa justiça não existe para uma senhora que foi humilhada na frente do filho de 15 anos e do neto de 7 dentro do Supermercado Líder, loja do Shopping Center Castanheira, em Belém do Pará. Ela e as crianças ficaram em uma espécie de cárcere privado, porque, depois de fazerem uma refeição, ela foi pagar com o cartão do Líder e a loja não aceitou, sob justificativa de que o cartão estava bloqueado por falta de pagamento. O pagamento em questão já havia sido feito e o cobrador que recebera o dinheiro disse que o cartão já estava liberado.
A pobre senhora, professora, jornalista e artesã, desprovida de recursos financeiros, procurou um advogado irresponsável que não se interessou em nada; depois, procurou um outro que garantiu que faria tudo para resolver a situação, pegou dinheiro das custas de processos e decepcionou. No final, o Líder ganhou a questão, sob alegação de que a vítima não tinha prova das acusações de danos morais, cárcere privado e injúria.
Únicas testemunhas, as crianças não foram ouvidas e a sentença estapafúrdia, desmerecendo a honestidade da vítima, ridicularizando o poder judiciário de Belém do Pará, dizia que as acusações eram improcedentes. O juiz não levou em consideração as declarações da autora da ação, ignorando-as com base em leis infames e critérios desprovidos de sensibilidade. Grande porcaria de magistrado!
Se as autoridades judiciárias encarregadas desse caso, como de tantos outros, receberam fábulas de gente ou grupo poderoso, fica difícil dizer, sobretudo, quando quem porventura recebeu para vender uma sentença, já está de canela branca, a sete palmos da superfície.
Mas posso afirmar, sem sombra de dúvida, que são pessoas ladras, verdadeiros ratos nojentos que permeiam os corredores do Poder Judiciário, do Poder Executivo, do Poder Legislativo e todas as suas autarquias, nos mais variados escalões, que enlameiam essas instituições em desfavor da população e do que poderia e deveria ser o bom préstimo da chamada coisa pública.
Isso não dá para perdoar, e lugar de ladrão, se vivo, é na cadeia, se morto, é no inferno!

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