O erro do Ministério Público

ROBERTO BARBOSA

Li, nesta atribulada semana, que o Ministério Público Federal do Pará está determinando à Prefeitura Municipal de Belém, retire os vendedores ambulantes dos principais pontos do centro comercial. Caso haja alguma espécie de resistência, é recomendado o uso das forças policiais.
Interessante é que os nobres representantes do Ministério Público Federal estão ali para cumprir as leis. Porém, pergunto, que leis? Afinal, por que está crescendo o número de vendedores ambulantes pelas ruas não apenas de Belém, mas de todas as cidades brasileiras? Ora, porque não há empregos nem políticas governamentais sérias que criem mecanismos de profissionalização e contratação de mão-de-obra.
O que é pior: ter um bando de vendedores pelas ruas tentando empurrar suas bugigangas para a população consumidora, ou um bando de ladrões assaltando a sociedade?
Acho que, reprimir os abusos de vendas – sobretudo quando de produtos de origem duvidosa - é algo importante. Todavia, impedir que pais e mães de famílias procurem ganhar seu sustento com honestidade, também não é correto. Chega a ser indecente, imoral.
Não seria o caso, também, de se requisitar o uso da polícia para exigir que os políticos, juízes, promotores, defensores públicos e governantes cumpram seus papéis a contento? Vão me dizer que essa turma está trabalhando corretamente...
Se todos tivessem trabalhando corretamente, então, haveria, mesmo, moral para fazer essas cobranças que o MP está fazendo à Prefeitura. Não vejo como se exigir tanto da sociedade, se, os órgãos que tem o direito, não estão fazendo sua parte.
Acho que os nobres representantes do MP tem coisas mais importantes para fazer em benefício da sociedade, afinal, impedir trabalhadores de ganharem honestamente o pão de cada dia, é colocar novos assaltantes para tirar o sossego da população.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Povo esquecido e abandonado no Tapanã

Comportamento de vereador, candidato a prefeito, chama atenção da população do Tauá

A hora e a vez da pesca artesanal se materializa com o festival em Igarapé-Miri