Sem jogos da Copa 2014, Belém perde grandes investimentos de infra-estrutura

ROBERTO BARBOSA

E ainda tem gente esperando por uma "repescagem". Passar na repescagem é uma vergonha. Nos meus tempos de escola, quem ficava na recuperação, quer passasse ou não, já havia enfrentado a vergonha de não ter passado. "Olha, aquele garoto não passou, por isso está estudando de farda fora de época".
Caso houvesse tal repescagem e Belém fosse colocada no páreo, alguém diria - se Belém viesse a sediar algum jogo - que nossa cidade fora aprovada por influência política, que fora para não ficar por baixo de Manaus, que fora por pena dos paraenses, enfim, uma série de barbaridades, de asneiras.
O que aconteceu, segundo se comenta, é que o governo paraense e, em especial, do município de Belém, não souberam, juntos, fazer o jogo de marketing com a comissão da Fifa e da CBF que passou por aqui e se reuniu no hangar, sem maiores delongas. Essa comissão - dizem, quando chegou em Manaus, foi recebida pelo governador amazonense com plaqueta, hospedada em hotel ecológico, enfim, uma série de boas vindas que não teriam ocorrido no Estado do Pará.
Aqui no Pará, os encarregados do movimento já se diziam vitoriosos, pois já existe o Estádio Olímpico do Mangueirão, ao passo que em Manaus, ainda vão construir um novo estádio. Erraram.
Por outro lado, também comentam que os políticos paraenses não tiveram influência suficiente em Brasília para trazerem os jogos da Copa 2014 para Belém. Dizem até que, pelo desgaste, a governadora Ana Júlia Carepa não teve o devido apoio do presidente Luís Inácio Lula da Silva, pois, embora tenha dito que ficaria neutro, é de se duvidar que ele cumpra essa palavra. Bastava um pedido seu, uma indicação sua, e Belém sediaria esses jogos ao lado de outras grandes capitais brasileiras.
Quem ganharia com isso, mais uma vez, seria o povo paraense, que teria, por conta desses jogos, mais investimentos em obras de infra-estrutura, nosso metro sairia do projeto para a prática, entre outras coisas tão importantes para o desenvolvimento da capital paraense e sua zona metropolitana.
Perdemos tudo!
Vamos ganhar, entretanto, com o sossego, pois não teremos toda essa movimentação por estas bandas na fase da Copa e, ademais, é lógico que as grandes delegações não virão jogar no Norte. Pelo menos é o que se comenta nos bastidores do esporte, apesar de que, enquanto o Pará está com três representantes no Brasileirão da Série C, o Estado do Amazonas não tem nenhum time destacado a nível nacional. Mas, permaneceu a sorte para quem fez o melhor marketing. Da próxima vez, que aprendamos a lição. Nós, não, os nossos dirigentes.

Comentários

Gostaria de fazer uma peq obs sobre a postagem:
Na verdade perdemos a copa por motivos politicos e não técnicos, quem decidiu por Manaus não foi presidente, governador, prefeito e nem projeto técnico. Quem viu o projeto de Belem e de Manaus como eu, tbm diria que ja tava ganho para nós.
Já ouviu o ditado "Manda quem pode, obedece quem tem juízo"?
Duas empresas "mixurucas" "pediram" que a Manaus fosse escolhida. Essas empresas segundo dizem são Coca-Cola e Sony, diga-se de passagem, as duas maiores patrocinadoras.
Já sabendo que esse "pedido" seria atendido, montaram aquela mega estrutura para a comemoração após o resultado.

Enfim, as coisas por aqui funcionam assim, quem tem o maior e melhor Q.I. (Q.uem I.ndica) sempre leva.

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