Juizes não são intocáveis

ROBERTO BARBOSA

Já não era sem tempo uma entidade da sociedade civil organizada tomar a frente para fiscalizar o trabalho de juízes concursados que só reclamam de excesso de trabalho. A “Operação TQQ” (terça, quarta e quinta feiras) da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pará, em todo o Estado, na segunda-feira, pegou todo mundo de surpresa, constatando que 60% dos magistrados não compareceu aos fóruns em Belém e interior para trabalhar normalmente. O meu amigo jornalista Carlos Mendes, que publica matéria exclusiva na edição de hoje do “Diário do Pará”, ouviu todos os lados.
Na associação dos magistrados, a direção cuidou de dizer que a OAB não tem competência para fazer essas fiscalizações e que, juízes que se sentirem ofendidos, poderão processar o respeitado órgão.
Ora, essa reação não chega a ser estapafúrdia, mas, a verdade, é que magistrados, independente de quem sejam, foram pegados em falta na segunda-feira. Vá um carpinteiro, pedreiro ou outro profissional liberal qualquer faltar numa segunda-feira ao trabalho. Dizem, na iniciativa privada, que qualquer dia é aceito uma falta, mas, na segunda e sexta-feira, é imperdoável.
Outra coisa observada nessa importante matéria do Mendes: a OAB defende que os magistrados trabalhem como qualquer outro profissional: oito horas por dia, mas, os representantes dos juízes cuidaram de dizer que esses são personalidades políticas, que não precisam cumprir horários, porque são profissionais 24 horas por dia o ano inteiro, e que, trabalham, também, em casa, porque é onde tem sossego para avaliar os processos. Ou seja, na visão da associação dos magistrados, os demais profissionais só o são no local de trabalho, fora dele, nada o são. Será?
É necessário se fazer o mesmo tipo de ação com o Ministério Público e na esfera dos políticos que, já se sabe, só aparecem quando querem nas casas legislativas.
No serviço público, quem tem cargo com DAS, em geral, se está se sentindo prejudicado de alguma forma, entra com uma licença e fica recebendo sem trabalhar por meses, às vezes até, por anos. O profissional liberal, regido pela CLT, não tem nada desses direitos. Isso é injusto e se precisa fazer uma reflexão sobre essas coisas, urgente.

SALADA
° Milhares de pessoas compareceram no hall de entrada da Assembleia Legislativa do Estado, para prestarem suas últimas homenagens a Neuton Miranda, que faleceu de um infarto fulminante na noite do último sábado.
° DEM está agonizando. Perdeu um governador e está com o prefeito da maior cidade do País no cargo por força da Justiça, mas, já com o mandato cassado.
° O partido perde forças, enquanto que o seu parceiro aliado, o PSDB, não se define com relação à candidatura de José Serra à Presidência da República.
° A outra opção do PSDB seria o governador mineiro Aécio Neves, mas este não quer mais. Não dá mais tempo para trabalhar uma candidatura tampão para enfrentar o elefante Lula com Dilma Houssef a contrapeso.
° Venda do Baenão pode parecer um bom negócio, mas não o é. Torcedores não gostam, mas, como sempre, nada podem fazer.
° Já assistimos muitos casos de desmandos nos clubes paraenses e não se sabe aonde foi parar o dinheiro.
° Foi o caso do Paissandu, que ganhou montes de granas com a “Taça Libertadores da América”. Aonde foi parar essa grana toda, o torcedor vive perguntando, a ver o clube atolado em dívidas, principalmente trabalhistas.
° Lombadas eletrônicas da Avenida João Paulo II já estão funcionando, mas, os motoristas, só respeitam mesmo, no ponto onde estão as chamadas “araras”, depois, pisam sem dó no acelerador.
° E aquela pista, embora nova, já está cheia de “costelas de vaca”, um prejuízo para os motoristas que gostam de ter seus veículos com manutenção em dia.

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