A morte de Neuton Miranda


ROBERTO BARBOSA

Conheci Neuton Miranda quando ainda trabalhava como redator do jornal “Correio do Tocantins”, em Marabá, lá pelos idos dos anos 80. Não foi uma única vez que tive a chance de encontrar-me com o agora falecido presidente do PCdoB e entrevistá-lo. Me lembro que ele estava muito ligado com a defesa da reforma agrária. E Marabá, naquela época, tentava sair da linha da imprensa como um cenário de violência em função da posse da terra.
Chamavam a cidade de “Marabala”, assim como Paragominas, de “Paragobala”. E não era assim. Havia, ali, gente boa, gente trabalhadora, e uma vida de cidade como qualquer outra deste país, com seus problemas, mas, também, com seus encantos.
Certa vez, entrevistei Neuton Miranda na própria redação do “CT” e ele discorreu sobre a morte do ex-deputado Paulo Fonteles que, dizia, fora motivada por questões agrárias. O próprio Miranda tinha receio de vir a ser executado por pistoleiros a mando de grandes latifundiários por causa de sua posição firme em defesa da reforma agrária para assentamento de trabalhadores rurais que querem, realmente, trabalhar na terra.
E, de Marabá, Neuton continuou crescendo. Dirigiu várias autarquias de respeito e transformou-se em deputado estadual. Era um homem simples, que dirigia o próprio carro, e não era carrão. Da última vez que falei com ele, estava em um automóvel popular. Portanto, era um político sério, digno de honra e de respeito.
Acho que o Pará perde muito, quando é informado que o coração parou de funcionar, levando Neuton Miranda para o andar superior. Que Deus perdoe suas culpas e o tenha em bom lugar.

SALADA
° Não sou adepto do “control C, control V”, mas, às vezes, acho necessário. Por exemplo, hoje, encontrei a matéria abaixo, sobre o Agaciel Maia distribuindo simpatias e querendo preparar caminho para concorrer a algum cargo eletivo.
° Francamente, acho isso de um mau gosto, de um cinismo sem igual. Não posso deixar de publicar, afinal, o eleitor precisa estar atento, porque isso não ocorre só em Brasília.
° Aqui no Pará está cheio de safados que querem continuar nos cargos eletivos sem fazerem absolutamente nada pela população.
° Um bando de gente interesseira, que só cuida do próprio bolso e que não foge de corrupção.
° Eu me revolto com essas pessoas, enquanto vejo a população à míngua, sofrendo mesmo na hora de comprar até o básico de sua alimentação, sem falar nos abusos que enfrenta em hospitais e demais órgãos públicos, onde, até os funcionários, trabalham de má-vontade.
° A Campanha da Fraternidade deste ano, aberta pela Igreja Católica, ontem, na Escadinha do Cais do Porto, no Centro de Belém, tem como tema “Economia e Vida”, e lema, “Você não pode servir a Deus e ao Dinheiro”.
° É um bom momento para que esses ditos “homens públicos” façam uma reflexão em torno dos sofrimentos de Cristo, hoje, vividos pelas populações de baixa renda ou que estão abaixo da linha da pobreza.
° Custa fazer alguma coisa por essas pessoas? São esses homens, que hoje tanto roubam, que estão com o poder na mão e podem fazer alguma coisa, podem decidir por melhorias.
° Mas a gente não vê nada.
° Cristo continua sofrendo hoje, como o estava naquele calvário. Dá pra entender isso?
° Não estou misturando religião, mas a igreja alerta para as injustiças. E acho uma injustiça os poderosos se locupletarem no poder por meio de corrupção, roubos e tudo o que não presta, enquanto, aqui fora, tem gente morrendo de fome, tem gente morrendo sem atendimento médico, etc.
° Quando você ler a matéria extraída do “Congresso em Foco”, irá perceber que o Agaciel Maia ganhou de presente uma licença prêmio remunerada por três meses, quando, na verdade, já deveria estar na cadeia, assim como milhares de outros políticos que estão, agora, se apresentando de novo, com o mesmo discurso, dizendo que vão melhorar a situação do povo.
° Acreditem se quiserem.
° Eu, por mim, mando todos às favas e escolho novos representantes.

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