AL aprova empréstimo cujo valor já está rateado com quem participou do acordão



Governador Ana Júlia: com o empréstimo milionário, está rindo à toa. Foto: Roberto Barbosa




ROBERTO BARBOSA

Foi um acórdão! Eu vou começar logo pelos números, conforme explanou ontem o chefe da Casa Civil da Governadoria do Estado, Everaldo Martins. O valor a ser contraído em empréstimo pelo Governo do Pará junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES é de R$ 366,7 milhões. Desse total, 51% serão rateados entre as prefeituras do interior do Estado, com valores que vão de acordo com as populações de cada unidade; 37,5% ficarão com o Poder Executivo, dos quais, 33% seriam para obras e compras de equipamentos; 4,5% serão investidos conforme as necessidades do próprio governo; e 11,5% para emendas parlamentares dos 41 deputados estaduais que participaram do acórdão para aprovarem na Assembleia Legislativa o referido empréstimo, que seriam para compensar os tempos de crise, quando o Estado teria perdido uma série de investimentos e andado para trás.
Concordo que 51% desse valor sejam entregues para os 143 municípios do Estado, desde que, devidamente fiscalizado – com seriedade pelo Tribunal de Contas dos Municípios, mas dar R$ 1 milhão de reais em emendas, de presente, para os parlamentares, em época de eleição, francamente, é uma desonestidade tamanha, quando levarmos em consideração que quem não está no poder e é candidato, praticamente está sem chances junto aos atuais deputados, que terão como e onde bem entenderem para gastar e colher os frutos em votos dos eleitores desinformados que pensam que “esse é o cara”.
Esse acordo desesperado foi proposto, pasmem! pelo próprio governo de Ana Júlia Carepa. Contemplando os deputados – que antes estavam boicotando o governo dela em relação a esse empréstimo -, ela conseguiria (e conseguiu!) finalmente ver aprovado o empréstimo com o qual pretende implementar obras e firmar convênios antes do dia 30 de junho, a partir do quê não poderá mais fazer absolutamente nada, sob pena de se comprometer com a legislação eleitoral e ficar inelegível.
Quer dizer: as negociatas políticas foram alvissareiras para todos os lados. Governo e deputados se entenderam, estão rindo, mas, quem vai pagar o empréstimo é o povo paraense com altas taxas de impostos, principalmente de ICMS, um dos mais altos do País.
E tem mais: Ana Júlia Carepa está costurando de todos os lados um acordo com o PMDB, que tem uma gula de tubarão insaciável por cargos e pleiteia, caso seja fechada a chapa para apoiá-la na corrida para continuar governadora do Pará, a vice-governadoria, além de secretarias, autarquias e nem um gasto do partido com a campanha eleitoral. Assim, o próprio PT é que vai arcar com os custos. Quem banca o PT...bom, aí, são outros quinhentos.

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