Lixo ameaça do Guamá



Área do canteiro de obras do Portal da Amazônia que agora foi transformada em lixão, na Estrada Nova. Foto: Roberto Barbosa



ROBERTO BARBOSA

Leio com preocupação notícia sobre lixo tomando conta do canteiro de obras onde a Prefeitura de Belém constrói o projeto do Portal da Amazônia, no bairro da Condor, periferia da capital. Caminhões cheios despejam entulhos diariamente no local, também infestado de ratos e vadios que ali se juntam para usar drogas, praticar sexo e planejar assaltos, conforme denúncias feitas diariamente por moradores da área da Estrada Nova.
Provavelmente as autoridades devem tomar providências competentes para promover a limpeza da área, mas a preocupação é grande, afinal, parte desse lixo acaba parando nas águas barrentas do lendário Rio Guamá, poluindo mais ainda a orla fluvial de Belém.
Conversando recentemente com o ambientalista Camilo Viana, ele afirmava categoricamente que a orla fluvial da capital do Estado está com suas águas poluídas, a exemplo do que ocorre com todas as praias de Belém, como Mosqueiro, Cotijuba, Outeiro, Icoaraci, etc.
Deste modo, não é difícil deduzir que parte do lixo despejado no canteiro do Portal da Amazônia termine nas águas do Rio Guamá em função de não haver qualquer cuidado em evitar esse problema ambiental. O local está aberto. Além de várias caçambas serem vistas na área o dia todo, pessoas das redondezas também levam seus entulhos em carrinhos de mão para ali jogarem, na expectativa que a Prefeitura de Belém dê um fim ao lixo.
Só para se ter uma ideia, não existe mais peixe no Rio Guamá e, queiram ou não, parte da água potável consumida pela população belenense, emana desse rio que abastece os lagos Bolonha e Água Preta, ambos no Parque Ambiental, sofrendo igualmente os impactos ambientais do aterro sanitário do Aurá, se é que se pode chamar aquilo de aterro sanitário. Na verdade, é mais conhecido por Lixão do Aurá.
É neste aspecto ambiental – entre milhares de outros – que a população gostaria de ver a ação enérgica dos políticos ora se movimentando com a velha máxima de “pela saúde, pela educação e pela moradia”, que não engana mais ninguém, afinal, o meio ambiente, pode não ser a maior bandeira de luta e preocupação da humanidade, mas as ações de agora poderão garantir a existência ou o extermínio da humanidade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Povo esquecido e abandonado no Tapanã

A hora e a vez da pesca artesanal se materializa com o festival em Igarapé-Miri

Comportamento de vereador, candidato a prefeito, chama atenção da população do Tauá