Fim do fator previdenciário é um clamor público, mas o povo é mero detalhe

ROBERTO BARBOSA

Se a lei não estava perfeita, mas, pelo menos, se sabia que a pessoa podia se aposentar por tempo de serviço, independente da idade; por invalidez ou por velhice. Com o fator previdenciário, oriundo do governo neo-liberal de Fernando Henrique Cardoso, o trabalhador fica condicionado a trabalhar praticamente até o fim da vida. Quando se aposentar, não irá mais ter muito tempo de vida para usufruir dos frutos por ele plantado.
Apesar de derrubado no Senado e na Câmara, especialistas dizem que o presidente Lula irá vetar o fim do fator previdenciário. Caso isso aconteça, desejo saber, afinal, de que lado o Lula está, pois, com presidente oriundo das classes sindicais e trabalhadoras, sabe perfeitamente que o brasileiro necessita de benefícios que lhe garantam qualidade de vida, longevidade, o que não é possível com o fator previdenciário, que beneficia apenas o governo e as classes financeiramente abastadas.
Outro fator incongruente se refere ao veto a mais de 7% de aumento para os aposentados. Dilma, que quer ficar no lugar de Lula em 2011, diz que o presidente irá vetar por não ser “irresponsável” e que o governo não tem recursos para pagar mais do que isso.
Ora, os aumentos das tarifas ocorrem todos os dias. Os aumentos da cesta básica, idem. A única coisa que só aumenta conforme os dados da inflação do ano é o salário, que nunca passa de 5%, mas os aumentos das taxas de serviços, de transportes e cesta básica, por certo que passam e muito desses números.
Quer o governo tapar o sol com a peneira, informando números mentirosos e passando a ideia falsa de que está tudo bem. É onde me revolto. Não tem nada bem. Os hospitais estão sem médicos, sem remédios e o atendimento é uma porcaria; o transporte urbano público é dominado pela iniciativa privada que cobra taxas altas e presta um serviço ineficiente com as necessidades da população; nos órgãos públicos, os funcionários não querem sequer atender direito a clientela que paga os salários de cada um; no governo, é cada qual querendo abocanhar a maior fatia do bolo e o povo que se lixe.
De noite, a revolta, ao se ver velhas raposas da política querendo continuar abocanhando mais e mais, como tubarões famintos e impiedosos para da a maior dentada. Essas coisas me revoltam, porque não vejo solução de melhora; não vejo os órgãos competentes a tomar providências. Até mesmo segmentos da imprensa estão comprometidos com grupos políticos, não deixando tribuna para que nós, do povão, possamos gritar e exigir algo melhor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Povo esquecido e abandonado no Tapanã

A hora e a vez da pesca artesanal se materializa com o festival em Igarapé-Miri

Comportamento de vereador, candidato a prefeito, chama atenção da população do Tauá