Engraçado, se não fosse trágico

ROBERTO BARBOSA

A cada dia que passa fico mais perplexo com tanta babozeira que vejo ou assisto sem nada poder fazer além de denunciar por este espaço, afinal, boa parte da imprensa é "vendida" e só faz jornalismo quando é para atender aos interesses dos donos dos órgãos de comunicação, ou para mexer com quem não rende cifras. Agora mesmo chega-se à conclusão que o julgamento de Regivaldo Galvão, o "Taradão", acusado de ser um dos mandantes da morte da freira missionária católica Dorothy Stang, não passou de um instrumento de "resposta" à sociedade, o qual não serviu para nada, pois o acusado já está em liberdade. Foi por decisão da Justiça, até que transcorra o recurso interposto pela defesa para ver se ele fica preso, se vai a novo julgamento ou o que vai acontecer.
Ainda no ramo da Justiça, a juiza que foi apontada pelo Conselho Nacional de Magistratura como negligente no caso da manutenção de uma moça de menor idade com presos masculinos no interior de um xadrez na antiga carceragem de Abaetetuba, no Pará, foi punida com a aposentadoria compulsória. Ela não aceita a pena e quer continuar trabalhando. Já recebeu apoio da maioria dos colegas. Acho um erro alguém culpado de algum desmando no serviço público ganhar de "punição" a aposentadoria vitalícia, com um salário bem diferente daquele que trabalha até perto de morrer para ganhar apenas um salário mínimo mísero. Pelo menos, a juiza em questão, não aceita a "punição" e quer voltar a trabalhar.
E essa greve de rodoviários em Ananindeua?
Cerca de 300 mil pessoas das duas cidades passaram por verdadeiro sufoco na segunda-feira e manhã de terça. No fim de todo o barulho, de todos os transtornos, os rodoviários aceitaram o que os patrões ofereceram. Como sempre, quem perdeu foi o usuário, mas ninguém nos órgãos competentes observa esta perda para tomar providências com fulcro de compensação.
Em Brasília - eu já sabia há muito tempo e informei aqui com primazia, - deu Michel Temer para a vice-presidência da República na chapa de Dilma Rousseff.
Acordos, meus caros. Acordos.
Mas esses acordos não visam o bem-estar da comunidade. Visam o bem-estar dos envolvidos e daqueles demais que estão ao redor para se beneficiar na máquina poderosa que é o poder seja de que esfera for.
Nisso tudo, o único que disse algo de aproveitável foi José Serra. Lembrou que o PSDB e seus aliados devem gritar como galinha quando bota um ovo, independente do tamanho. Pata coloca grandes ovos, mas não faz escândalo. Se o PSDB não gritar, será "fritado" por Dilma. E ainda tem Marina Silva, cujo conceito começa a subir na opinião pública ela desenvoltura, inteligência e programa de governo bem mais maleável e coerente.
Essa história de "pela saúde, pela educação, por isso e por aquilo" já era. Viu, Serra?

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