Escrever o preto no branco sem delongas

ROBERTO BARBOSA

A sociedade tem pressa para tudo, inclusive para receber informações. Quer os fatos explicados em poucas palavras, sem delongas. E nada de usar palavras de um português difícil, do contrário, o texto perde o sentido da leitura desses apressadinhos.
É assim na linguagem sindical e também entre a maioria do público, sobretudo o jovem, desinteressado das coisas, principalmente, quando dão trabalho demais. É a lei do menor esforço funcionando sobre a verdadeira cultura.
Antigamente eu gostava de usar palavras rebuscadas (difíceis – para melhor traduzir o “rebuscadas”), mas, de muito que venho sendo questionado: “o que é destarte? O que é isso? O que é aquilo?”.
Meu objetivo, quando usava essas palavras, mesmo em reportagens para jornal, era despertar o interesse das pessoas para buscarem as palavras difíceis no dicionário, aumentando, desta forma, seu vocabulário, pois a língua portuguesa tem 80 mil palavras em seu léxico, mas a maioria da população não conhece nem a metade delas e, tampouco, quer saber sobre todas elas; quer apenas o suficiente para se comunicar.
No mundo virtual é assim. Não se diz mais “até logo, ou, mais moderno, “tchau”. Agora é “xau” e pronto. Questionar o quê? É a lei do menor esforço. Ninguém quer ter mais trabalho, nem saber de cultura; tudo, quanto mais rápido, melhor.

PS – Agora a Universidade Federal do Pará, que vai adotar os resultados da prova do Enem como parte do vestibular para ingresso de seus calouros, elimina, também, a prova de redação. As pessoas já não sabem ler; por isso, pouco sabem escrever. Breve, poucos serão aqueles capacitados para a produção de um texto.
E não esqueçam, textos rápidos, simples e sem palavras de português casto. Ah! Lá venho eu com palavra difícil...

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