Sem emprego, camelô não obedece nem respeita a absolutamente ninguém

ROBERTO BARBOSA
Os camelôs de qualquer parte do mundo remontam feiras dos tempos medievais, do início da história econômica da humanidade, quando era necessário fazer trocas para que cada um pudesse adquirir outros produtos.
Vender sempre foi uma atividade rendosa, portanto, fonte de vida, de sobrevivência e que fizeram milhões de pessoas amealharem grandes fortunas, o que acontece ainda hoje em qualquer lugar.
Só que, hoje, a sociedade mudou de comportamento, exige qualidade nos produtos, exige conforto nos pontos de vendas, segurança, cartão de crédito para evitar andar com grandes somas, o que chama atenção de marginais, etc.
Contudo, as feiras medievais sobrevivem ao tempo, e são patrocinadas, em sua grande maioria, pelos camelôs. Há camelódromos em toda parte, mas, esses locais, são insuficientes para atender a demanda de tanta gente que fica desempregado e parte para a venda de algum produto, na condição de ambulante, querendo um lugar ao sol.
Aí começa o drama em qualquer lugar. Em Belém, assim como em Ananindeua, tem o Código de Posturas. Na madrugada de anteontem, fiscais da Secretaria de Economia, bem como a Polícia Rodoviária Federal, realizaram uma ação do tipo “rapa” e retiraram, na marra, as barracas dos camelôs que se apoderaram da calçada da Rodovia BR-316, às proximidades do Shopping-center Castanheira.
Quem trabalha no shopping não gosta dos camelôs, afinal, eles “roubam” uma boa parte da clientela. Os camelôs não querem trabalhar em outro local, afinal, é naquela área que tem grande fluxo de pessoas, portanto, de fregueses. Assim, foram se acomodando e, não obstante as ordens e advertências para que deixassem a área, jamais deram ouvidos a ninguém, como não dão de maneira nenhuma.
Prova disso, é que, ontem mesmo, à tarde, já havia ambulante teimoso trabalhando. As barracas, desta maneira, estão voltando, para suplício dos comerciantes que trabalham no shopping, bem como, da própria população, que tem de dividir a margem da perigosa rodovia para poderem se locomover, já que quase não tem espaço para o pedestre nas calçadas. Um grave problema que não será resolvido de uma hora para outra, apesar de algumas autoridades pretenderem agir com rapidez e truculência. Camelô quer vender, se arrisca e não tem medo.
A diferença entre o camelô e o ladrão, é que o primeiro é trabalhador, mas, na coragem...

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